O diretor de Mercado Corte da Semex Brasil, Daniel Carvalho, moderador dos painéis, comparou a fazenda a um organismo vivo, que demanda cuidado em todas as suas partes. “Seja pelas pessoas, pela pastagem, pela água ou pelo gado, a fazenda é viva e merece ser cuidada”, enfatizou, reforçando que a pecuária deve ser encarada com o mesmo profissionalismo que outros setores da economia, como a agricultura e a indústria, especialmente diante de decisões críticas em ciclos de alta ou baixa. “Somos líderes da cadeia produtiva e precisamos atuar como tal”, definiu.
O evidente destaque brasileiro no cenário global na comparação com países como China e Estados Unidos foi abordado na palestra “Brasil x Mundo e Seus Sistemas de Produção na Terminação”, pelo zootecnista e gerente Global da Cargill, Pedro Veiga. Ele apontou que, enquanto os EUA buscam inovação após atingir o limite produtivo e a China investe na profissionalização da pecuária, o Brasil tem grande potencial para suprir a crescente demanda mundial por carne.
Na palestra “Planejamento para a Terminação da Carcaça”, o pesquisador da APTA Colina/SP, Flavio Dutra destacou que o planejamento eficiente é decisivo, comparando a terminação a uma corrida com obstáculos, como o custo da arroba. Dutra defendeu maior integração na cadeia produtiva e buscou inspiração na previsibilidade da avicultura, na qual processos controlados garantem eficiência.
Encerrando o painel, o sócio da Cost@ Agroconfinamento, Tiago Costa reforçou a importância da gestão dentro da porteira. Ele ressaltou que definir objetivos claros e alinhar processos antes de iniciar a operação é essencial para garantir eficiência e retorno esperado.
De olho no mercado
Por fim, o pecuarista João Paulo Teles enfatizou que alcançar um produto de alta qualidade vai além de aspectos superficiais como marmoreio e idade de abate. “A qualidade da carne é resultado de práticas interligadas dentro da porteira, que envolvem pilares fundamentais da verticalização, como planejamento estratégico, genética de fêmeas e manejo com animais próprios”, concluiu.
“Ao longo de quatro painéis, recebemos informações valiosas para compreender o momento atual do mercado. Nosso objetivo foi aprender sobre o estado da nossa produção, abrangendo todo o ciclo, desde a cria até a terminação. Ao final, conseguimos entender como construir a carcaça e nos preparar, olhando para o mercado externo e para os desafios futuros. Precisamos ter clareza sobre como agir a longo prazo”, finalizou Daniel Carvalho.
Santa Gertrudis na Feicorte 2024
Julgamento da raça Caracu
A Associação Brasileira de Criadores de Caracu participou de um julgamento em pista demonstrando a qualidade zootécnica dos animais, os avanços genéticos já alcançados e as estratégias de melhoramento que ainda estão em fase de implementação. “Nossa participação foi muito proveitosa e estaremos prontos para o próximo ano”, afirmou o presidente da ABCCaracu, Renato Visconti.
Nos grandes campeonatos da raça Caracu na Feicorte, o touro KIKO4433 foi consagrado Grande Campeão entre os animais de argola, com KIKO4229 ficando como Reservado Grande. Nas fêmeas, KIKO3040 brilhou como Grande Campeã, enquanto KIKO3935 garantiu o título de Reservada Grande. Entre os rústicos aspados, JR1804 levou o título de Grande Campeão, seguido por JR1798 como Reservado Grande. Nos rústicos mochos, JR1824 conquistou o Grande Campeonato, com JR1836 ficando com o título de Reservado Grande.
Carne no centro das discussões
Nesta quinta-feira (21/11), a qualidade da carne em sistemas de produção desafiadores foi o tema da participação do proprietário da BBQ Secrets, Roberto Barcellos, e do diretor Industrial da Carapreta Carnes Especiais, Marcelo Pereira. As estratégias para aumentar a qualidade média da carne brasileira foram pontuadas pela diretora Técnica da DGT Brasil, Liliane Suguisawa, pelo pecuarista e especialista em intensificação, Arlindo Vilela e pelo consultor Roberto Grecellé.
Fonte: FEICORTE.