Cuidados com neonatos equinos.
Cuidados com neonatos equinos
Na vida fetal, o organismo materno é responsável pela proteção, alimentação e termorregulação dos neonatos. Os cuidados com os potros neonatos começam ainda na vida intrauterina, principalmente no terço final da gestação, em que as éguas necessitam de uma alimentação adequada e de piquetes isolados. A falha nos cuidados predispõe o neonato à diversas afecções como:
- Septicemia neonatal
- Diarreia
- Pneumonia
- Poliartrite séptica
- Síndrome da asfixia perinatal
O neonato equino saudável precisa assumir e manter o decúbito esternal, além de apresentar o reflexo de sucção poucos minutos após o nascimento. Além disso, é desejável que fique em estação em até 60 minutos e que mame até duas horas.
Outros requisitos necessários são:
- Pulso e frequência cardíaca: acima de 60bpm
- Mucosas: rosadas e úmidas
- Frequência respiratória: acima de 60mpm logo após nascer
- Temperatura (°C): 37,2 a 38,9
- Eliminação do mecônio nas primeiras horas de vida
A cura de umbigo é um dos cuidados essenciais que devemos ter com o neonato. O umbigo sem cura é uma porta de entrada para os microrganismos patogênicos que pode ser associada a uma falha na imunidade passiva, predispondo o neonato à diversas afecções.
A colostragem é mais um cuidado importantíssimo e muitas vezes é negligenciado. A ingestão do colostro nas primeiras horas de vida é imprescindível para a obtenção de imunoglobulinas e para a transferência de imunidade passiva ao neonato. Além disso, a ingestão do colostro auxilia na eliminação do mecônio, uma vez que, estimula a motilidade gastrointestinal. A máxima absorção de imunoglobulinas pelo organismo ocorre entre 2 e 6 horas de vida. Sendo assim, o ideal é que a primeira mamada aconteça até 2 horas após o nascimento.
Em alguns casos, pode haver falhas na transferência de imunidade da mãe para o neonato, como, por exemplo: ingestão de colostro de baixa qualidade, agalactia, má-absorção intestinal, má formação dos membros que impeçam o potro de permanecer em estação ou até mesmo amamentação tardia por falha de manejo. Sendo assim, a dosagem de IgG é uma forma de garantir que neonatos recebam uma boa imunidade, podendo ser utilizado como um indicador para avaliação e tomada de decisão para intervenções. Valores de referência nos testes comerciais para IgG, são:
- Abaixo de 400 mg/dL – falha total
- Entre 400 e 800 mg/dL – falha parcial
- Maior ou igual a 800 mg/dL – boa transferência.
Em casos de falha total ou parcial é recomendado o monitoramento e a plasmaterapia para reduzir os riscos de o neonato contrair infecções, desenvolver septicemia e ir a óbito.
MSC. IGOR GARCIA MOTTA — ESPECIALISTA TÉCNICO EM REPRODUÇÃO ANIMAL
MSC. PHD. RODOLFO DANIEL MINGOTI — ESPECIALISTA TÉCNICO EM REPRODUÇÃO ANIMAL
Fonte: Ourofino Saúde Animal.