Equitação, o que?

Quando digo a alguém que sou instrutora de equitação sempre escuto:
– Ah … .você dá aula de Salto em Obstáculos.
Existe infelizmente uma confusão nas terminologias aqui no Brasil, principalmente na
definição de hipismo e equitação.
A Equitação é a arte de montar, e compreende desde o cavaleiro até o treinamento do
cavalo, denominada Equitação Acadêmica. A Equitação Fundamental é a base da equitação
onde o foco principal é fazer com que o cavaleiro entenda a natureza do cavalo (
comportamento equino), se comunique com o cavalo através do corpo ( ajudas) e
conecte sua mente ( atitudes mentais).

A Equitação fundamental, foi um nome que acabei inventando para tentar separar essa
confusão e tornar mais didática essa correlação. Não é uma modalidade, e sim a base para
qualquer atividade equestre que o aluno queira fazer a cavalo, seja competição ou
cavalgada. Se fizermos uma analogia com o ensino seria como se fosse o ensino
fundamental do quinto ao nono ano. Por isso seu nome , para justamente remeter a base
para futuros objetivos equestres.

É o alicerce que se respalda nos três pilares relatados acima ( natureza equina, atitudes
mentais e ajudas- idioma equestre) e tem como foco que o aluno ganhe uma assento
independente.
Um assento independente significa que ele é capaz de mover cada parte de seu corpo de
forma independente, de forma equilibrada e coordenada, sem depender de nenhuma outra
parte.

Com um assento independente, poderá permanecer em perfeito equilíbrio sobre o centro
de gravidade do cavalo em todos os passos sem se inclinar, agarrar com as pernas ou se
pendurar no freio.

Um assento independente significa ter uma distribuição igual de seu peso e equilíbrio. Até
que tenha controle total sobre seu próprio corpo, o aluno não pode influenciar o corpo do
cavalo também.

Essa neutralidade é de extrema importância, pois faz com que o nosso corpo tenha destreza
na sua comunicação. Como sempre digo para meus alunos, a equitação é um idioma
equestre e o corpo é a nossa linguagem com o cavalo . Para que a comunicação seja efetiva
tenho que ter consciência da aplicação correta deste corpo para que haja uma devolutiva do
cavalo. Essa comunicação deve ser uma conversa e não um monólogo, e também não deve
ser mímica, mas sim um idioma com fluência.

Mayara Verde.