Estresse térmico: como amenizar o prejuízo de perdas gestacionais?
Independentemente da aptidão do bovino quanto a corte ou leite, verifica-se que a eficiência reprodutiva está diretamente relacionada à taxa de prenhez e manutenção da gestação. Por mais que os produtores redobrem os cuidados com manejo e ambiência, muitas vezes o estresse térmico é um vilão que passa desapercebido aos olhos dos produtores e causa enorme prejuízo na produtividade dos rebanhos.
Um dos principais problemas em vacas leiteiras é o estresse térmico que compromete a produtividade e a reprodução dos rebanhos. O estresse térmico ocorre quando a temperatura ambiente e a umidade relativa do ar estão elevadas, dificultando a dissipação de calor. A zona de conforto térmico das vacas oscila entre -5 °C a 22 °C. Valores fora dessa faixa indicam que os animais estão em situação de estresse térmico.
A infertilidade causada pelo estresse térmico é um problema de ordem multifatorial, pois afeta as funções fisiológicas e celulares em vários tecidos. No que diz respeito à função reprodutiva, o estresse térmico compromete o crescimento folicular, a secreção hormonal, a composição do fluido folicular, a função do endométrio, o fluxo sanguíneo para o útero, a qualidade oocitária e a capacidade de desenvolvimento do embrião.
Além das estratégias de manejo que buscam um melhor conforto térmico para os animais, é possível minimizar os danos reprodutivos por meio de estratégias farmacológicas, por exemplo: suplementação de progesteronaapós a inseminação.
A aplicação de 900 mg (6 mL) de Sincrogest Injetável®, 4 dias após a inseminação em vacas holandesas de alta produção, aumentou a taxa de concepção aos 30 dias (Figura 1).
Figura 1. Taxa de concepção aos 30 dias de vacas Holandesas suplementadas ou não com o Sincrogest injetável®, 4 dias após a inseminação no inverno e verão – Adaptado de SOUZA et al. 2015.
A suplementação com o Sincrogest Injetável® após a inseminação, associada às práticas de manejo, são importantes ferramentas para amenizar os danos causados pelo estresse térmico. A combinação destas estratégias pode ser uma alternativa para um programa reprodutivo rentável e bem-sucedidodurante o verão.
MSC. IGOR GARCIA MOTTA – ESPECIALISTA TÉCNICO EM REPRODUÇÃO ANIMAL
MSC. PHD. RODOLFO DANIEL MINGOTI – ESPECIALISTA TÉCNICO EM REPRODUÇÃO ANIMAL
Fonte: Ourofino Saúde Animal.