IBEqui busca flexibilizar a validade dos exames de Mormo.
O presidente do Instituto Brasileiro de Equideocultura (IBEqui), Manuel Rossitto, participou, na última quinta-feira (9/6), da 40ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial de Equideocultura (CSE), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O encontro reuniu órgãos e entidades representativas do setor para discutir o Relatório elaborado pelo Grupo de Trabalho (GT) Mormo da CSE.
O documento traz propostas sobre o Reteste e o controle da doença no país. Para o coordenador do GT Mormo, é necessário um amplo estudo epidemiológico com dados específicos do plantel nacional que, hoje, estima-se chegar a 7 milhões de equinos.
RELATÓRIO GT MORMO – 9 Junho 2022.pdf (avanticom.com.br)
“O Mormo é uma doença secular que requer linhas de pesquisa para estabelecer amostragem em regiões do país que tenham animais positivos, além de estudos para identificar possíveis fontes de infecção de Burkholderiales. O setor de Equideocultura tem que atuar de forma responsável, através de suas associações de raças, modalidades e institutos para definir conceitos, normatizações e políticas públicas”, afirma o pesquisador Carlos Eduardo Wayne Nogueira.
O Mormo é uma doença contagiosa e fatal de cavalos, burros e mulas, causada pela infecção pela bactéria Burkholderia (B) mallei. De acordo com o Ministério da Saúde, até o momento, não se tem nenhuma notificação oficial de casos em humanos, no Brasil.
“A Câmara Setorial de Equideocultura busca dados técnicos para avançar no Programa Nacional de Sanidade de Equideos (PNSE). O estudo apresentado pelo GT Mormo tem o objetivo de encontrar um caminho para normatização, diagnóstico e controle da doença no país”, explica Fabrício Buffolo, presidente da CSE.
Flexibilidade
O presidente do IBEqui levou à Câmara Setorial de Equideocultura do MAPA a proposta de se flexibilizar a validade dos exames de Mormo, afim de reduzir os impactos na cadeia produtiva do cavalo, enquanto se busca uma solução definitiva.
“A discussão sobre o Mormo sempre foi uma pauta prioritária para o IBEqui. As questões técnicas são muito importantes, mas é necessário aprofundar os estudos. Hoje, mais de 700 mil exames são realizados, por ano, no Brasil. A doença impacta toda a cadeia produtiva do cavalo. Precisamos flexibilizar a validade dos exames para Mormo, em até 6 meses, principalmente por conta das competições equestres”, defende Manuel Rossitto.
A Câmara Setorial de Equideocultura deve conduzir a negociação política para que sejam lançados editais de fomento à pesquisa da sanidade de equídeos, além de buscar recursos financeiros do setor privado e público.
“Eu tenho certeza que esse grupo com muita maturidade vai chegar a uma solução, com apoio da iniciativa público-privada. Não podemos ter um problema como esse que traz um entrave há anos para o setor. Precisamos de um Programa sério e com credibilidade. Esse tema é prioritário para o IBEqui”, conclui Manuel Rossitto.
O Relatório final proposto pelo GT Mormo da CSE será encaminhado para análise do MAPA. O grupo é coordenado pelo pesquisador Carlos Eduardo Wayne Nogueira (coordenador – ABCCC). Participam ainda, Hélio Cordeiro Manso Filho(ABRAVEQ), Allan Guerra ( ABCR), Cesar Vilela (IBEQUI), Raquel Juliano (EMBRAPA) e Marcelo Servos (CBH).
Fonte: IBEqui – Instituto Brasileiro de Equideocultura.