Manejo na Criação do Jacaré.

Manejo na Criação do Jacaré.

Criação de animais da fauna brasileira em cativeiro para fins comerciais.

 

Jacaré-do-pantanal

 

Criação de animais Silvestres em cativeiro para fins comerciais ou econômicos,Base Legal – A Portaria 132/88 de 5 de maio de 1988 é uma portaria geral que trata da

previstos no Artigo 6º da Lei 5197/67, de 3 de janeiro de 1967, é regulamentada através de

portarias publicadas pelo IBAMA.

 

A recomendação dada às unidades descentralizadas do IBAMA é que o plantel inicial de matrizes e reprodutores deverá ser preferencialmente originário de animais provenientes de outros criadouros registrados ou do produto de apreensões dos órgãos fiscalizadores. Poderá ser autorizada a captura de animais.

 

jacaré no  ponto de abate

 

O ponto de abate é determinado pela largura abdominal  total. Ela é de 18 cm , sendo medida próximo da pata dianteira. Se bem tratado, o ponto de abate é atingido com 1 ano de idade, mas para um melhor aproveitamento , costuma-se abate com 2  anos, nesta fase a largura abdominal é de aproximadamente 27 cm, aumentando o valor do animal no mercado.

 

A carne rende 1,7 quilo por animal mais ou menos, sendo comercializada  em vários restaurantes especializados em carnes silvestres e exóticas.

O couro necessita de uma autorização do Ibama para ser comercializado. Um cuidado todo especial deve ser tomado ao se comercializar o couro,  uma faca de ponta fina deve ser enfiada  na cabeça do animal, posteriormente coloca-se um arame  de aço pela extensão da coluna vertebral que servirá para insensibilizar o animal , fazendo com que o animal paralise os movimentos.

 

O couro ao redor da cabeça é desprendido, a melhor parte  é a da barriga e da lateral, o couro deve ser cortado pelas costas para que o aproveitamento seja maior. Após isso,  o couro é  desprendido da carne. Furos certamente irão desvalorizar o produto.O couro é então enviado para o freezer até ser curtido.

 

As patas são cortadas próximas da articulação, são então embalsamadas e usadas como enfeites.Após retirar o couro, retira-se as vísceras, nesta etapa, todo cuidado é pouco para não contaminar a carne.Depois do abate a cabeça é separada e a carne é lada e embalada em sacos plásticos. Aplica-se etiquetas com informações do criadouro contendo: nº de registro do Ibama, validade e origem do produto.

 

Mercado

 

A criação de animais silvestres tem um futuro promissor no Brasil, muito disso se deve ao fato de que há  a necessidade de preservar a espécies nativas ameaçadas de extinção; e  o jacaré é uma delas.

A criação de jacaré pode ser lucrativa já que apenas 5% dos animais nascidos na natureza atingem a idade adulta, em cativeiro são 90%.

O couro do animal caçado  tem só 25% de aproveitamento, em cativeiro é de 100%; e alem disso é caça é ilegal.

 

Isso sem mencionar na carne, um animal (2 anos) produz  1,7 kg de carne e os subprodutos como cabeça e patas que pode servir de enfeite, tendo uma grande demanda.

Além de todos esses fatores existe também outro fator positivo: de estar contribuindo para a preservação das espécies nativas.

Para se efetuar a criação de qualquer animal silvestre é necessária a autorização do Ibama e do governo federal responsável por esta área.

 

Acasalamento e Postura

 

Durante a cópula, o macho rodeia a fêmea em círculos cada vez mais estreitos, ambos emitem sons  e mantém seus “narizes” pra fora da água, na seqüência o macho se encurva, passa por baixo da cauda da fêmea para então  unir as cloacas.Este processo é rápido, durando  cerca de 1 minuto apenas.

 

As fêmeas constroem cada uma o seu ninho, este constituído de  um monte de restos de vegetais, folha e gravetos.Seu tamanho varia de 1 a 2 m de diâmetro e altura de  40 a 60 cm. A postura se inicia no começo de janeiro se estendendo até março.Cerca de 30 ovos são postos anualmente por cada fêmea.

As fêmeas têm o habito de circular em torno do ninho para proteger e ajudar durante  a eclosão.

 

Um passo indispensável para o sucesso de uma criação de jacarés é o manejo com os ovos. Eles não podem eclodir a campo, com a presença de predadores como aves, cobras e lagartos, a percentagem de eclosão cai para cerca de 10% dos ovos.

Todo cuidado deve ser tomado ao se retirar os ovos dos ninhos, eles não podem ser virados, para se evitar isso é marcado um X com caneta no ovo, que devera ser mantido o mais próximo possível da sua posição inicial.

 

Durante o transporte aconselha-se depositar um pouco da matéria do ninho para a caixa de transporte, deixando a região mais macia. São então destinados à incubadora artificial.Depois de coletar, identifica-se o ninho  por meio de uma placa contendo informações do tipo: nº do ninho; nº de ovos coletados e ano da coleta.

 

Incubação artificial

 

A incubadora pode ser  confeccionada  por meio de uma caixa de compensado naval, o material deve ser impermeável e forrado com placas de isopor

A temperatura deve gira entre 29 e 31 ºC, fora disso índice de eclosão cai muito (50%).Aplica-se a matéria orgânica retirada do ninho junto com os ovos, vermiculita também pode ser utilizada para evitar a perda de calor.

 

Baixa umidade pode causar muitas mortes, o ideal é estar próxima de 100%, deixando um recipiente com água  dentro da incubadora é um truque fácil para atingir a umidade ideal, pulverizar água sobre os ovos duas vezes ao dia também ajuda bastante.

Se estes itens estiverem adequados, em 65 dias a partir da postura estará ocorrendo a eclosão, cujo índice é de cerca de 90%.

Após a eclosão os filhotes são destinados às baias no barracão de engorda, 30 dias depois eles serão separados por tamanho, com o intuito de diminuir a competição por alimento.

 

Sistema de Criação

 

O ranching, na qual  os ovos são coletados na  natureza, com a autorização e acompanhamento do Ibama, sendo eclodidos posteriormente em incubadoras. Parte desses animais são destinados a natureza, os demais são enviados ao barracão de engorda até serem abatidos.

 

Este sistema só é funcional em regiões onde se torna possível a coleta  dos ovos no seu habitat natural.

 

O farming, os reprodutores são capturados na natureza, e destinados a um cativeiro para efetuarem a postura e se reproduzirem. Os ovos são incubados artificialmente.

Fonte: criar e plantar / embrapa  www.cnpgc.embrapa.br/series/ema/Ema.htm

Fonte: ruralpecuaria.com.br

Dr. Fabio Stevanato

Médico Veterinário, Empresário e Escritor - CEO e Autor ImpulsoVet.