Qual é a importância do sistema imune?

Quando somos indagados sobre o papel da imunidade na sobrevivência dos animais, a resposta óbvia é: ela é vital! Provavelmente não existiria vida da forma que conhecemos hoje se não fosse a capacidade do sistema imune de identificar, conter e destruir microrganismos invasores.
Algumas espécies de vírus, bactérias, fungos, protozoários e vermes são exemplos de potenciais patógenos que a todo momento estão em busca de uma oportunidade para invadir um organismo que lhe conceda condições de colonização. Alguns desses microrganismos já convivem com as aves (na pele e nos intestinos, por exemplo) sem causar prejuízos, são os chamados microrganismos comensais.
Quais são as estratégias do sistema imune para evitar a invasão por patógenos?

A imunidade inata tem um papel claro dentro do sistema imune: PARAR E DESTRUIR OS INVASORES. A partir de mecanismos químicos e celulares, ela é responsável por uma resposta inicial rápida e inespecífica. Sabemos que há uma variedade incontável de vírus, bactérias, protozoários, fungos, entre outros, com potencial patogênico que precisam ser detectados de forma praticamente imediata pelas células de defesa. Esse status de vigilância é possível pela presença de receptores de reconhecimento de padrão (PRRs) espalhados pelo corpo da ave que têm uma função clara: reconhecer os chamados antígenos (componentes específicos desses microrganismos) possibilitando essa destruição de forma direta. Essas moléculas comuns a diversos microrganismos (conhecidas como padrões moleculares associados a patógenos – PAMPs) estão ausentes nos tecidos normais. Exemplificando, são proteínas, ácidos nucleicos, carboidratos e lipídios, de componentes desses invasores como parede celular, envelope, capsídeo, genoma.
A ativação do sistema complemento e o start no processo inflamatório estão ocorrendo em paralelo e darão início à imunidade adaptativa. Por definição, a inflamação é meio pelo qual as células de defesa têm acesso aos locais de infecção microbiana e/ou de danos teciduais. Dessa forma, células apresentadoras de antígenos (células dendríticas e macrófagos, por exemplo) ao chegarem ao sítio de inflamação, usam receptores denominados moléculas do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) para se ligar, processar e apresentar os antígenos aos linfócitos, que se encarregarão de promover as respostas imunológicas mediadas por células e anticorpos.
1) INTRACELULARES (ENDÓGENOS)
RESPOSTA IMUNOMEDIADA POR CÉLULAS -> CÉLULAS CITOTÓXICAS
2) EXTRACELULARES (EXÓGENOS)
RESPOSTA IMUNO-HUMORAL -> ANTICORPOS
A grande diferença aqui, quando falamos da imunidade adquirida, é proporcionar à ave uma capacidade de APRENDER COM O PROCESSO. Portanto, esse complexo e sofisticado sistema de defesa irá se adaptar e responder de forma ainda mais rápida e eficiente a possíveis futuros desafios.
Aspectos anatômicos e fisiológicos do sistema imune das aves
Em relação aos aspectos anatômicos e fisiológicos do sistema imune das aves, há particularidades que as distingue das demais espécies de animais. Localizado acima da cloaca, encontra-se um importante órgão linfoepitelial na forma de um saco cego, denominado bolsa de Fabrício (bursa de Fabricius ou bolsa cloacal). Ao corte, observa-se que é preenchido por pregas ou dobras da mucosa que emergem da sua parede. É na bolsa de Fabrício que ocorre a diferenciação e a maturação dos linfócitos B (imunidade humoral).

Além da bolsa cloacal, a ave tem um outro órgão linfoide primário que por sua vez é responsável pela maturação e diferenciação dos linfócitos T (imunidade celular). Estamos falando do timo. Disposto em cadeias de lobos, localizam-se a partir do terço cranial do pescoço até os ossos claviculares lateralmente no pescoço da ave.

Semelhantes em muitos aspectos de desenvolvimento desde a fase embrionária de vida das aves, os dois órgãos atrofiam com a maturidade sexual (involução fisiológica), deixando a cargo do tecido linfoide secundário as ações e as respostas imunológicas contra os patógenos.
A vigilância desses órgãos é de fundamental importância para avaliação do status imunológico das aves e, consequentemente, dos lotes como um todo. Estar atento às alterações por meio de uma rotina consistente de necropsia, é uma ferramenta prática, simples, econômica e acurada para análise dos programas de vacinação e entendimento dos desafios a campo.
Fonte: Zoetis.