Os desafios dos resíduos sólidos.

Os tutores, de modo geral, estão cada vez mais conscientes quanto aos impactos dos seus hábitos de consumo. Além da preocupação com a saúde de seus pets, muitos consumidores passaram a se preocupar com a sustentabilidade e com o destino das embalagens que descartam. Uma informação relevante sobre as embalagens de pet food é que, devido ao seu tamanho e peso, elas podem ser vistas como potencialmente atrativas para a indústria de reciclagem.

Por esse motivo, diversas frentes de trabalho estão voltadas para trazer soluções inovadoras, com estruturas recicláveis, sem deixar de lado o aspecto estético e funcional que uma embalagem deve ter. E esse acabou sendo um dos objetivos dos últimos projetos desenvolvidos pela Special Dog Company, como nos Biscoitos Special Dog Ultralife e na nova linha de Alimentos Super Premium Natural – Bionatural, que agora consideram a reciclabilidade um pilar central dos seus projetos. Esses, sem dúvidas, foram marcos da empresa, que continuará cada vez mais melhorando as suas embalagens. Porém, essa é apenas uma breve fotografia de uma cadeia gigante que merece visibilidade e ser mais bem compreendida.

O universo das embalagens é complexo e muitas vezes retratada como vilã, com polêmicos registros fotográficos de exemplares com mais de 10 anos desde a sua produção, que servem como gatilhos para o pré-julgamento da real importância deste grupo de produtos. É inegável que as embalagens plásticas revolucionaram a forma de preservação e a logística dos produtos alimentícios, farmacêuticos, cosméticos etc. São compactas e versáteis, fáceis de transportar e com menor gasto energético para produção e transformação, aspectos esses que não são alcançados com embalagens metálicas e de vidros, por exemplo. Contudo, com o crescimento populacional, o aumento do consumo e a globalização, surgiu a necessidade de atender um maior número de pessoas localizadas a maiores distâncias, mantendo o produto preservado por um período maior. Tal expansão trouxe à tona a problemática para a questão dos resíduos sólidos, que aumentaram de forma expressiva para atender a demanda, gerando contaminações de diversas áreas e terminando o seu ciclo de vida em lugares inadequados, seja ele o mar ou aterros sanitários.

A realidade é que o plástico possui um tempo de vida longo, demandando até 600 anos para se decompor, e as embalagens de consumo possuem um ciclo de vida curto: são produzidas, ensacadas, vendidas e, após consumidas, se tornam um resíduo a ser descartado. Por conta disso, as empresas, como grandes usuárias de embalagens, precisam olhar para o seu produto e escolher possíveis caminhos para torná-lo mais sustentável, seja otimizando recursos, processos ou até repensando a embalagem. O mais difícil deste setor é a falta de uma diretriz unificada para definir o melhor caminho a ser seguido, por existir um espectro de oportunidades para trazer mais sustentabilidade para as embalagens, sendo muitas conflitantes entre si. Seja através de plásticos biodegradáveis que requerem condições favoráveis para que este processo ocorra de forma apropriada, seja a opção pelas embalagens de papel, que possuem diversos limitantes em relação às propriedades de barreira e uma cadeia de produção bastante exigente ou pelo caminho da reciclabilidade.

Contudo, para as embalagens plásticas, um dos objetivos buscados pela indústria é o aumento da sua reciclabilidade por meio da escolha de estruturas mais simplificadas, ou seja, estruturas com menos mistura de plásticos com naturezas distintas, sendo preferível a condição monomaterial. Essa simplificação se justifica pelo simples motivo de que um material mais simples, isto é, com pouca junção de componentes, é mais favorável a ser reciclado pois não exige uma etapa adicional de separação (que muitas vezes pode ser inviável de ser realizada). Porém, essa mudança não é trivial, pois as embalagens, em sua origem, foram projetadas para entregar a melhor performance possível, condição que implica no uso de diversos tipos de plásticos e de outros componentes, cada um com uma função diferente para atender a uma determinada especificação. Logo, não é possível apenas “trocar”, é necessário entender sobre o produto: como ele estraga, quais condições para proteger o alimento são necessárias, quais propriedades térmicas e mecânicas o seu processo precisa, e sobre a aplicação, é preciso entender sobre o cliente, o processo, e a cadeia de logística e armazenamento, para então definir qual seria a embalagem que entregaria as melhores propriedades para um determinado fim. Esta etapa é desafiadora, porém temos diversos players trabalhando em matérias-primas de alto desempenho e em novas tecnologias que estão trazendo ao mercado soluções inovadoras capazes de atender a essas novas necessidades.

Contudo, é importante ressaltar que a responsabilidade pelas embalagens de uso único é coletiva. Seja pela empresa que produz a matéria-prima, pelo setor intermediário que a transforma, pelo setor de bens de consumo que utiliza a embalagem ou pelo consumidor que compra o produto e descarta os seus resíduos. Para que todo este ciclo funcione, é necessário a participação ativa de cada um, dentro da sua própria realidade, com a prática de sustentabilidade no seu dia a dia, pois uma embalagem reciclável só é de fato reciclada se ela for destinada para os locais para os quais ela foi projetada para ser, caso contrário, ela só é mais um entre tantos outros resíduos sólidos que vemos por aí.