TIP ou RIP: você já ouviu falar?

TIP ou RIP: você já ouviu falar?

Nos últimos tempos, a pecuária de corte tem se deparado com um cenário onde o confinamento a pasto ou engorda intensiva em sistema de rotacionado, tem profissionalizado os sistemas de produção cada vez mais. Precocidade e genética aliados com a nutrição têm propiciado grandes saltos de produtividade e rentabilidade. E tudo começa na RECRIA INTENSIVA À PASTO – RIP, que trata-se de uma estratégia nutricional para encurtar o ciclo pecuário na fase de recria, aumentando a quantidade de animais por área, melhorando o ganho de peso e aumenta a taxa de desfrute, tudo com o objetivo de melhorar a lucratividade do produtor. Sua proposta é simples: fornecer alimento concentrado no cocho, desde a desmama até o início da engorda. A quantidade de concentrado varia de acordo com a disponibilidade de pastagem, taxa de lotação e desempenho esperado, normalmente varia de 0,2% a 1% do peso vivo (PV), visando ganhos de 650g a 1 kg/cab/dia, as lotações podendo chegar em 3 a 6 animais/ha.

A recria intensiva a pasto permite explorar ao máximo seu potencial genético usando a propriedade de forma eficiente, diluir custos fixos, amortizar o ágio da reposição, podendo garantir lucro consideravelmente superior em comparação com a suplementação mineral. Um detalhe importante é que os resultados financeiros da RIP devem ser analisados com base no indicador correto. Muitas vezes o produtor se fixa apenas no custo da suplementação por animal, que sobe em função do aumento do uso da suplementação, e se esquece que o tempo de engorda é menor, que a lotação aumenta e que o lucro deve ser planejado e medido antes de qualquer estratégia a ser implantada.

Entretanto a análise de lucratividade deve ser feita observando o lucro por área em um certo período (R$/ha/ano) e não somente por animal (R$/cab.), como muitos ainda fazem erroneamente. Outros mais analistas avaliam a rentabilidade do capital investido em um determinado período, podendo comparar a rentabilidade da pecuária com outros investimentos com renda fixa, CDI, bolsa de valores, poupança etc.

Normalmente, os pecuaristas que estão investindo na RIP começam com a tecnologia sendo usada na TERMINAÇÃO INTENSIVA A PASTO – TIP. A associação das duas técnicas, diríamos ser, o “casamento perfeito” por garantir um ganho de peso contínuo e o encurtamento de todo o ciclo de produção. A RIP deixa os lotes mais homogêneos, menos sensíveis ao estresse da desmama, com menor índice de refugo e mais adaptados ao cocho para a TIP, favorecendo seu desempenho final.

A TIP consiste em um sistema de engorda intensiva, podendo atingir até 2% do PV em consumo de ração. No início o consumo varia conforme as mesmas variáveis da RIP, porém se os animais já estiverem vindos da RIP, a adaptação, que é o aumento gradativo de concentrado, é praticamente desconsiderada. Além disso, não se tem o chamado efeito compensatório, pois os órgãos dos animais já estão adaptados a suportar maior aporte energético da ração, já estão “pré-ambientados” em função da recria intensiva.

Em Naviraí/MS, a Fazenda Santa Paula, sob direção do cooperado Paulo Toro Cavalhero tem explorado, de maneira muito eficiente, esse “casamento” da RIP com a TIP. Conversando com Marcelo Messias dos Santos, gerente da empresa, relata vir abatendo machos aos 20 meses de idade e fêmea aos 16 meses de idade usando o nosso suplemento proteico energético de alto consumo o Minercamda Turbo Energético, com um consumo de 0,3% do peso vivo na recria de animais acima de 300 kg e finalizando a engorda a partir dos 450 kg de peso vivo com ração Minercamda Confinamento na proporção de 1,5 a 2% do peso vivo.

“Hoje a propriedade de 460 alqueires, sendo 352 alqueires de pasto, roda no ano 1.900 animais, com uma lotação média, entre período chuvoso e seco 5,4 cab/alqueires composta por cria, recria e engorda. A nossa TIP é feita com lotes de 60 cabeças em áreas menores com estratégias de alta ingestão de concentrado”, apontou Marcelo.

Augusto Nardon / Vinicius Saraceni

Médico Veterinário / Zootecnista (CAMDA)

Fonte: CAMDA.

Dr. Fabio Stevanato

Médico Veterinário, Empresário e Escritor - CEO e Autor ImpulsoVet.