A conexão entre humanos e animais pode melhorar nossa saúde mental, emocional e até mesmo física.
Como veterinários, nosso juramento não é apenas aliviar a dor e o sofrimento dos animais, mas também fica implícita a nossa responsabilidade com a família que ama seu animal de companhia. Em nossa essência, como veterinários de animais de companhia, servimos para proteger e restaurar a saúde dos animais para que a conexão entre humanos e animais seja mantida, ou até melhorada. Veterinários não são apenas cuidadores de animais – eles são parte do ecossistema de saúde pública e têm papel crucial nessa conexão.
A ligação entre humanos e animais pode melhorar nossa saúde mental, emocional e até mesmo física. Testemunhei isso em primeira mão, pessoalmente e profissionalmente, e fiquei especialmente animado quando o instituto de pesquisa Human Animal Bond (HABRI)Opens in a new window, em parceria com a Zoetis, comissionou uma pesquisa com 19.187 tutores de cães e gatos e 1.512 veterinários de pequenos animais de 10 países, por 5 continentes, incluindo Brasil, China, França, Alemanha, Japão, México, Espanha, Reino Unido, Austrália e os Estados Unidos, para entender melhor o que veterinários e tutores de animais de companhia pensam sobre o vínculo entre humano e animais. No começo da pesquisa, não estávamos confiantes em como essa conexão se traduziria por diferentes mercados, países e culturas. Entretanto, os resultados foram esmagadoramente claros e confirmaram nossa hipótese – o vínculo entre humanos e animais é um fenômeno global, e tem importantes implicações para a saúde dos animais de companhia e seus donos, assim como para a saúde dos veterinários.
De acordo com o estudo, a força do vínculo demonstrou uma correlação positiva com tutores de animais de companhia caso eles tivessem engajado em tratamentos preventivos e se eles tivessem consultado um veterinário para sintomas específicos de seus animais de companhia. Como já mencionei diversas vezes no meu podcast “Vet Visit”, nós presenciamos os animais de companhia saírem de nossos quintais para dentro de nossas casas e para cima de nossas camas nas últimas décadas. Conforme o relacionamento entre os humanos e seus animais de companhia evolui, evolui também a percepção da necessidade de um cuidado adequado e de atenção – especialmente quando o animal de companhia está sofrendo com dor (por exemplo por osteoartrite) ou doenças.
Permitir que dores crônicas sigam sem tratamento é a forma mais eficaz de danificar a conexão a longo prazo, às vezes de forma irreparável, pois a dor crônica reduz os benefícios que o dono recebe pelo vínculo. Tome, por exemplo, tutores de cães. Eles se beneficiam de exercícios regulares, que podem incluir caminhadas, corridas ou simplesmente brincadeiras no quintal de duas a três vezes por dia. Isso é interrompido com as dores crônicas, pois o animal de companhia não tem mais a força física para brincar, o que os leva a dormir mais e serem menos ativos durante o dia. Enquanto isso tem um impacto sobre o cão, também tem um impacto sobre o relacionamento entre o cão e seu tutor.
Por outro lado, reconhecer dor em gatos pode ser desafiador. Alguns tutores de gatos reconhecem mudanças nos comportamentos, mas podem acreditar que eles são parte natural do envelhecimento, ou podem aguardar até que o gato demonstre indícios severos de dor. Gatos, diferentemente de cães, são adeptos de ocultar sinais de dor, pois na natureza, estes seriam interpretados como fraquezas. De acordo com pesquisas, 40% de todos os gatos mundialmente demonstram sinais de dor osteoarticular. Nosso objetivo, como veterinários, é educar com propriedade os tutores de animais sobre como identificar sinais de dor, e acredito que a maioria dos tutores de gatos irão sentirão compelidos a agir.
Além disso, quando os tutores entenderem que a saúde de seus animais de companhia pode estar intrinsecamente conectada à sua própria saúde, eles podem sentir-se encorajados a agendar consultas de rotina. De fato, pesquisas indicam que as práticas veterinárias de maior sucesso são as que focam em estimular o vínculo entre humanos e seus animais. Pesquisas também mostram que 91% dos tutores dizem que cuidarão melhor de seus animais de companhia, inclusive na frequência das vacinações e medicina preventiva, quando eles souberem mais sobre a ciência do vínculo humanos e animais.
Cuidado terapêutico e preventivo
Em minha conversa com a Dra. Bea Monteiro, durante um episódio do meu podcast “Vet Visit”, conversamos sobre dor nos animais de companhia e como o vínculo entre humanos e animais tem um papel na profissão veterinária globalmente. De acordo com a Dra. Bea, o vínculo fornece uma oportunidade de melhorar a saúde e o bem-estar dos tutores de pet, veterinários e animais. A comunicação entre os tutores de pet e o veterinário é facilitada se a pessoa está mais engajada com seu animal, pois a maioria dos tutores vai se sentir empoderada como parte do time de cuidados com a saúde. Quanto mais aprendemos sobre o vínculo entre humanos e animais, mais veterinários vão abraçar seu papel na sociedade em promover tanto o bem-estar animal quanto o humano.
As inovações da Zoetis no campo de anticorpos monoclonais oferecem medicamentos revolucionários no alívio da dor da osteoartrite em cães e gatos. Introduzida na Europa, nos EUA e em outros países pelo mundo, Solensia™(injeção de frunevetmab) é o primeiro e único anticorpo monoclonal (mAb) de aplicação uma vez ao mês para o controle da dor da osteoartrite em gatos, e o Librela™, lançado em 2021 na União Européia, Reino Unido, Suíça e recentemente nos EUA e em 2022 no Brasil, é o primeiro anticorpo monoclonal aprovado para aliviar a dor da osteoartrite em cães. Ambas são soluções inovadoras que oferecem uma melhor forma de alívio e ajuda no restauro da qualidade de vida do animal de companhia – e fazem isso sem prejudicar a conexão entre humanos e animais.
De acordo com o estudo do vínculo universal entre humanos e animais, descobrimos que, esforços engajados de veterinários para estudar, comunicar e fortalecer esse vínculo, têm o potencial de impactar positivamente nos cuidados animais e na saúde humana de uma forma global. Ainda assim, há obstáculos que veterinários enfrentam pelo mundo. Veterinários, em alguns países, não possuem a educação para permitir que eles entendam os comportamentos que eles devem buscar nos animais, e quais ferramentas eles devem usar. Além disso, o acesso a medicamentos, medo de efeitos colaterais, entre outros fatores, têm um papel em quão bem um veterinário pode desempenhar seu trabalho. Creio que nossa maior responsabilidade como veterinários é preservar, proteger e restaurar esse vínculo entre humanos e animais, e por isso é tão importante que os profissionais veterinários de todos os lugares compreendam como diagnosticar e tratar dores crônicas.
Juntamente com o Conselho Global de Dor da Associação Global de Veterinários de Pequenos Animais (WSAVA), a Zoetis lançou o Certificado WSAVA em Gerenciamento da DorOpens in a new window. O conteúdo educacional desse certificado é baseado nas Diretrizes Globais para Reconhecimento, Avaliação e Tratamento da DorOpens in a new window, que fornecerá ajuda prática aos profissionais veterinários que desejam reciclar ou aprofundar seus conhecimentos nessa área. Encorajo fortemente todos os veterinários e técnicos, especialmente os que atuam nas clínicas, não só a ler esse documento, mas a compreendê-lo.
Quando você reduz tudo às resoluções e formas mais básicas, nosso objetivo primordial é restaurar a saúde do animal para que o vínculo entre humanos e animais possa ser mantido ou melhorado, pois nós, como veterinários, somos igualmente responsáveis por ambos os lados da coleira.
Dr. Mike McFarland, Diretor Médico da Zoetis.
Fonte: Zoetis Brasil.