Avança o número de famílias que não querem mais Pets.

Avança o número de famílias que não querem mais Pets.

Um estudo recente que li da Mars (Foto), revela dentre muitos dados, que 15% dos tutores de animais de estimação estão pensando em desistir de seus animais de estimação no próximo ano.

Manter animais de estimação em lares é uma questão complexa que merece atenção. Estatísticas recentes revelam que um em cada três animais de estimação não tem um lar adequado, destacando a urgência desse problema em escala global.

Embora a falta de abrigo para animais de estimação não seja frequentemente destacada na mídia, sublinha sua relevância. Este estudo abrangentes no tema compilaram, dados de mais de 900 fontes, incluindo cerca de 30.000 pesquisas públicas e entrevistas com especialistas de 20 países distintos. Emergiram diversos fatores comuns contribuindo para essa situação, como restrições de moradia, desafios comportamentais dos animais, dificuldades no acesso a cuidados veterinários e estigmas associados aos animais de rua.

Diante desse cenário, é imperativo buscar soluções para melhorar a qualidade de vida dos animais de estimação. Destaca-se a importância de dados e percepções na abordagem dessas questões. A Mars ainda em seu estudo, traz luz sobre a falta de abrigo de animais de estimação, reconhecendo a necessidade de compreender a extensão do problema em escala global e identificar suas causas subjacentes.

Uma das descobertas mais alarmantes foi a proporção significativa de animais de estimação sem lar nos países estudados, evidenciando a gravidade da situação. Vemos que para cada dois animais de estimação em um lar amoroso, há um sem abrigo. Isso não apenas coloca em risco o bem-estar desses animais, mas também contribui para o aumento da crise.

Ainda vemos que cerca de uma em cada cinco pessoas considera desistir de seus animais de estimação ao se mudarem, devido a restrições em contratos de aluguel. Além disso, muitos tutores relataram dificuldades em cuidar de seus animais, indicando a necessidade de intervenções abrangentes.

Para enfrentar essa questão multifacetada, diversas abordagens são necessárias. Precisamos demais de políticas governamentais que reconheçam os benefícios dos animais de estimação para a saúde pública, bem como a implementação de serviços abrangentes, como por exemplo:

– Incentivos para tutores de Pets: Introdução de incentivos fiscais ou subsídios para proprietários de imóveis que aceitam animais de estimação em suas propriedades, reduzindo assim as restrições de moradia para aqueles que têm animais, ainda abatimentos de gastos com pets no imposto de renda, dentre outras.

– Leis de Proteção aos Animais: Implementação e aplicação rigorosa de leis de proteção aos animais que abordem o abandono (Como identificação ampla dos animais e tutores) e o mau tratamento de animais, juntamente com penalidades mais severas para aqueles que violam essas leis.

– Educação e Conscientização: Desenvolvimento de programas educacionais em escolas e comunidades para aumentar a conscientização sobre a importância da adoção responsável, esterilização e castração de animais de estimação, e os custos e responsabilidades associados à propriedade de um animal.

– Apoio aos Serviços Veterinários: Subsídios ou programas de assistência para famílias de baixa renda para acessar serviços veterinários básicos, como vacinações, esterilização/castração e cuidados de saúde preventiva para seus animais de estimação. Redução de carga tributária das empresas veterinárias, definitivamente trazer a Medicina Veterinária para área da saúde, são pequenos avanços e melhorias para a população.

– Parcerias Público-Privadas: Colaboração com organizações sem fins lucrativos, empresas privadas e instituições de caridade para implementar programas de controle de reprodução, fornecer abrigo temporário e promover a adoção responsável de animais de estimação.

– Suporte à Telemedicina Veterinária: Apoio financeiro e regulamentar para o desenvolvimento e implementação de serviços de telemedicina veterinária, que podem fornecer orientação e cuidados de saúde para animais de estimação, especialmente em áreas onde o acesso a veterinários é limitado.

Essas iniciativas demonstram um compromisso significativo em lidar com a falta de abrigo de animais de estimação e melhorar seu bem-estar em todo o mundo.

Marcio Mota.

Marcio Mota

Médico veterinário, docente convidado FGV, palestrante, consultor, Presidente ANMV, Presidente da Comissão de Clínicos de pequenos animais CRMV SP e liderança do associativismo (AMVGABC, ABHV e FEREVESP).