O G20 apoia a Transformação Azul da FAO para uma pesca e aquicultura sustentáveis e destaca a agricultura familiar.

O G20 apoia a Transformação Azul da FAO para uma pesca e aquicultura sustentáveis e destaca a agricultura familiar.

Na Reunião Ministerial sobre Agricultura do G20, QU Dongyu elogiou a Presidência brasileira por incluir a agricultura familiar e a pesca e aquicultura nos debates

Chapada dos Guimarães, Brasil. 13/09/2024 – A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) saudou a inclusão da pesca, aquicultura e agricultura familiar entre as prioridades do G20 deste ano, destacando seu papel essencial na nutrição e nos meios de subsistência em nível global.

Em sua intervenção na Reunião de Ministros da Agricultura do G20 em Mato Grosso, Brasil, o Diretor-Geral da FAO, QU Dongyu, destacou a necessidade do crescimento sustentável nos setores de pesca e aquicultura para atender à crescente demanda global por alimentos e enfrentar as deficiências nutricionais, especialmente nos países em desenvolvimento.

“A estratégia de Transformação Azul da FAO tem como objetivo garantir que os sistemas alimentares aquáticos continuem alimentando a população mundial crescente”, afirmou.

A Declaração Ministerial do Grupo de Trabalho sobre Agricultura do G20, acordada esta semana, reconheceu oficialmente a Roadmap da Transformação Azul 2022-2030 da FAO como um marco fundamental para alcançar a sustentabilidade a longo prazo nos setores de pesca e aquicultura. A declaração também destacou importantes instrumentos da FAO, como as Diretrizes para a Aquicultura Sustentável, as Diretrizes para a Pesca de Pequena Escala Sustentável e o Acordo sobre Medidas do Estado Reitor do Porto, qualificando-os como “forças fundamentais” que impulsionam essa transformação.

Atualmente, os alimentos aquáticos fornecem a mais de 3,3 bilhões de pessoas pelo menos 20% de sua ingestão média per capita de proteínas animais, além de micronutrientes essenciais biodisponíveis. A aquicultura também é o setor de produção de alimentos que mais cresce no mundo. Os alimentos aquáticos sustentam cerca de 600 milhões de meios de subsistência, e o valor total do setor atingiu o recorde de 472 bilhões de dólares em 2022.

QU explicou que o Roadmap para a Transformação Azul da FAO visa manter os sistemas alimentares aquáticos sustentáveis, resilientes e inclusivos, abordando questões como a sobrepesca e a degradação ambiental.

Roadmap recomenda uma abordagem holística para os sistemas alimentares aquáticos, defendendo a intensificação sustentável da aquicultura, uma melhor gestão da pesca, a redução de perdas e desperdícios de alimentos, estratégias de adaptação e mitigação das mudanças climáticas, além de uma governança e investimentos mais robustos no setor. Essa visão pretende garantir alimentos aquáticos nutritivos para todos, protegendo ao mesmo tempo os ecossistemas aquáticos e apoiando aqueles cujos meios de subsistência dependem deles.

O Diretor-Geral da FAO também enfatizou a importância de aderir às normas internacionais para maximizar as contribuições dos sistemas alimentares aquáticos. Ele observou que 79 participantes, representando 105 membros da FAO, se comprometeram com o Acordo sobre Medidas do Estado Reitor do Porto, uma ferramenta fundamental na luta contra a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada (INN). Ele agradeceu aos ministros por colaborarem com a FAO para aumentar a capacidade global de aplicação do acordo e incentivou uma maior cooperação do G20 no combate à pesca INN.

“A FAO espera trabalhar com os membros do G20 em uma Transformação Azul e no caminho para a Conferência da ONU sobre os Oceanos de 2025”, acrescentou.

Agricultura familiar: chave para a segurança alimentar mundial

Ao abordar outra das prioridades da agenda do G20, QU destacou o papel crucial da agricultura familiar na obtenção da segurança alimentar global.

As explorações familiares representam mais de 90% das explorações agrícolas em todo o mundo, são a espinha dorsal dos sistemas agroalimentares e desempenham um papel vital no desenvolvimento rural, na redução da pobreza e na produção sustentável de alimentos.

O Diretor-Geral aplaudiu o reconhecimento, por parte do G20, da importância dos agricultores familiares e reafirmou o compromisso da FAO em apoiá-los por meio do desenvolvimento de políticas, inovação e capacitação.

Ele também destacou o Decênio da Agricultura Familiar das Nações Unidas (2019-2028), liderado pela FAO, uma iniciativa colaborativa destinada a fortalecer as propriedades familiares por meio de políticas e investimentos direcionados, em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

QU sublinhou que a FAO apoia os governos na avaliação dos arcabouços legislativos e políticos de seus países, bem como dos programas sobre agricultura familiar. De maneira similar, a Organização trabalha em estreita colaboração com organizações e instituições locais para avaliar as necessidades dos agricultores familiares em regiões e países específicos, envolvendo todos os parceiros relevantes nos processos multilaterais.

“A FAO recebe com satisfação uma futura sessão dedicada à Agricultura Familiar, juntamente com as reuniões regulares do Grupo de Trabalho sobre Agricultura do G20, como um importante avanço”, disse, elogiando a Presidência brasileira por avançar nesse tema.

QU também ressaltou a importância dos esforços globais de colaboração, como a Aliança Mundial contra a Fome e a Pobreza do G20, estabelecida no início deste ano, para trabalhar em direção a um futuro com segurança alimentar para todos.

Fonte: FAO

Dr. Fabio Stevanato

Médico Veterinário, Empresário e Escritor - CEO e Autor ImpulsoVet.