Sem grounding, somos folhas levadas pelo vento. Com grounding, somos troncos que sentem, escutam e se adaptam.

Sem grounding, somos folhas levadas pelo vento. Com grounding, somos troncos que sentem, escutam e se adaptam.

 

Em 2023, vivi um marco na minha jornada equestre: estive em Sevilha e realizei um sonho que jamais imaginei possível — fazer um curso com uma discípula direta de Sally Swift. Para quem não conhece, Sally foi a pioneira no estudo da biomecânica do cavaleiro e criadora do Centered Riding.

Uma de suas abordagens mais transformadoras é o conceito de grounding. Na visão de Sally, grounding é estar enraizado, centrado e totalmente presente no momento da montaria. É a consciência corporal em relação à terra — mesmo montado, sentir o peso do corpo bem distribuído, com conexão através do assento, pernas e pés. Esse estado gera estabilidade, confiança e uma comunicação mais clara e fluida com o cavalo.

Sally dizia que o cavaleiro precisa estar “pesadamente leve” — entregue ao cavalo, mas sem rigidez. E esse equilíbrio não é só físico. É também uma atitude interna: foco, presença e equilíbrio emocional.

E a natureza nos ensina o mesmo.
Assim como uma árvore só cresce com leveza quando tem raízes fortes, o cavaleiro só acompanha o movimento do cavalo com fluidez se estiver ancorado. Tudo que é vivo se conecta com a terra. É ela que dá sustento, direção e eixo. Estar em grounding é manter essa conexão, mesmo sobre a sela — é isso que nos dá leveza, fluidez e segurança.

Sem grounding, somos folhas levadas pelo vento.
Com grounding, somos troncos que sentem, escutam e se adaptam.

Mayara Verde.

Mayara Verde

Fisioterapeuta, Instrutora de equitação, docente, palestrante, pós graduada (USP), Steward FEI nos Jogos Paraolímpicos 2016, CBH, licenciada ANDE Brasil, ministra cursos IMV, FP Hipismo e CP de Hipismo.