Associativismo x Mercado Trabalho

Associativismo x Mercado Trabalho

Estamos atravessando um momento no mercado de muitas mudanças, muitas novidades, muitas dificuldades, em contrapartida também estamos com muitas oportunidades, inovação sem precedente, veterinários e empresas veterinárias se destacando muito.

Cabe a todos nós, e não apenas a alguns poucos, lutar pelo sucesso, respeito e pelos ideais da classe veterinária e uma excelente via para esse sucesso, em todas as áreas da profissão, são as Associações, pois sendo legítimas, a força delas será também a sua força na defesa dos reais interesses da classe.

Há uns 3 anos, li um texto (na internet), que foi publicado em uma revista da Associação Brasileira da Indústria da Panificação, com o título: “Como Acabar com a Associação de Classe”.

Segue o texto:

  1. Não frequente a entidade mas, quando for lá ache algo para reclamar.
  2. Se comparecer a qualquer atividade, encontre falhas no trabalho de quem está lutando pela classe.
  3. Nunca aceite uma incumbência. Lembre-se é mais fácil criticar do que realizar.
  4. Se a diretoria pedir a sua opinião sobre o assunto, responda que não tem nada a dizer. Depois espalhe como deveriam ser feitas as coisas.
  5. Não faça nada além do necessário. Porém, quando a diretoria estiver trabalhando com boa vontade e com interesse para que tudo corra bem, afirme que sua entidade está dominada por um grupinho.
  6. Não leia o jornal da entidade e muito menos os comunicados. Afirme que ambos não publicam nada de interessante e, melhor ainda, diga que não os recebe regularmente.
  7. Se for convidado para qualquer cargo, recuse alegando falta de tempo e depois critique com afirmações do tipo: “essa turma quer é ficar sempre nos cargos…”
  8. Quando tiver divergências com um diretor, procure com toda intensidade vingar-se da entidade e boicotar seus trabalhos.
  9. Faça ameaça de abrir processo ético e envie cartas ao quadro social com acusações pesadas à diretoria.
  10. Sugira, insista e cobre a realização de cursos e palestras. Quando a entidade realizá-los, não se inscreva nem compareça, alegando que as datas eram inadequadas.
  11. Se receber um questionário da entidade solicitando sugestões, não preencha, e se a diretoria não adivinhar as suas idéias e pontos de vista, critique e espalhe a todos que é ignorado.
  12. Após toda essa colaboração espontânea, quando cessarem as publicações, as reuniões e todas as demais atividades, enfim, quando sua entidade morrer, estufe o peito e afirme com orgulho: “Eu não disse?”

Artigo publicado na revista Tecnopan, n.º 217, da ABIP – Associação Brasileira da Indústria da Panificação.

Fazendo uma breve análise do texto e trazendo para nossa realidade vejo que em muitas Associações, sejam elas de classe, de especialidades ou de segmentos do mercado, a história se repete. Voce lendo se identificou com algum destes pensamentos descritos no texto?

Vamos refletir um pouco então, as Associações tem como foco desenvolver um mercado e o tornar cada vez mais forte, aumentando a participação do médico veterinário, defendendo os seus interesses e estimulando o relacionamento de empresas, além de proporcionar conhecimento técnico para a evolução da carreira do veterinário. Ainda podendo representar a classe frente a órgãos públicos oficiais, bem como pleitear leis pertinentes a profissão e a saúde animal.

Estendo ainda um grande potencial de benchmarks (sim, somos concorrentes, mas não inimigos), networking (sim, podemos sair de traz de nossas mesas do consultório e conhecer pessoas, trocar informações, fazer negócio) e contribuir com a classe, com a Associação, não exija ou cobre apenas o que ela pode trazer para você, haja e contribua com você ela também.

Isso são pequenas ações e possibilidades (dentre inúmeras) que as associações podem proporcionar para o mercado veterinário, que esta mudando numa velocidade altíssima, deixando muitos preocupados e outros animados. É piegas isso, mas juntos somos mais fortes! Não deixem as Associações morrerem !

 

Marcio Mota

Médico veterinário, docente convidado FGV, palestrante, consultor, Presidente ANMV, Presidente da Comissão de Clínicos de pequenos animais CRMV SP e liderança do associativismo (AMVGABC, ABHV e FEREVESP).