PLANOS VETERINÁRIOS! HISTÓRIAS E CONQUISTAS.
Em uma conversa muito informal entre amigos na sala de conforto do PET South América, fui apresentado ao colega Dr. Fabio Stevanato. Com muita simpatia e entusiasmo contou sobre sua empreitada em fazer uma revista eletrônica, a ImpulsoVet, em que assuntos relevantes à Medicina Veterinária com a maior atualidade possível e de muita autoridade, fosse o marco de uma nova visão sobre o futuro de nossa nobre profissão. Logo nos entendemos muito bem, pois a elevação do nível profissional é hoje meu maior sonho. Nesse evento foi lançado o projeto de Plano Veterinário da empresa Gestão Pet, que atua na organização e “alfabetização” em gestão à médicos Veterinários. Para completar minha alegria Dr Fabio me convidou a escrever sobre minha experiencia em planos veterinários para os leitores dessa nobre revista.
Vamos às apresentações:
Sou Renato Murta, médico Veterinário formado pela Universidade Estadual de Londrina, PR em 1993.
Iniciei a carreira com reprodução bovina no MS atendendo propriedades de paranaenses que estavam abrindo atividades por lá.
Em 1994 fui chamado para atuar em clínica de pequenos animais por um colega que havia inaugurado uma clínica 24H em Sorocaba, SP. Na época isso era muito fora do comum no interior do estado. O desafio me impulsionou a mudar de estado e de atuação profissional.
Me aprimorei em áreas de meu maior interesse com cursos de formação em cirurgia, ortopedia e cardiologia.
Em 1998 por uma demanda de clientes e pensando em organizar financeiramente minha carteira assídua, desenvolvi o primeiro plano de saúde veterinário da região, não tenho informação de haver outros pelo Brasil na época.
Com a organização de dados feita com a informatização da clínica, onde imputávamos categorias de pacientes, idade, tipo de procedimento, gastos médios, prevalência de motivos de visita por período e muitos outros dados, muito relevantes em relação a uma amostra matemática, conseguimos consolidar o plano CLINVETPLAN. As adesões foram significativas e perpetuaram o plano que se mantem ativo até hoje.
A ideia sempre foi estar na vanguarda de tudo que se referia a medicina veterinária de pequenos animais. Fomos os primeiros a informatizar, fazer leva e traz de pacientes com veículo adequado e utilizar o serviço de especialidades nos atendimentos. Implantamos serviços de radiologia, ultrassonografia, endoscopia, fisioterapia, ecocardiografia, laboratório próprio, intervencionistas em internamento, e desenvolvimento de serviços de especialidade em geral.
Em 2018 recebi a visita de um representante de um plano veterinário vindo de São Paulo, a AMIGOOPET, trazendo uma proposta para que pudéssemos somar as forças. Iniciou-se então uma grande parceria que nos traria até os dias de hoje. Formamos uma base sólida com a empresa AmigooPet, sendo uma parceira de crescimento e troca de novas idéias.
Reformulamos a marca CLINVETPLAN para VET360 planos veterinários.
Muitos produtos foram desenvolvidos junto a parceira AMIGOOPET, a empresa cresceu de forma sustentável e hoje atua em todo território nacional com mais de 200 mil vidas sob sua tutela.
Voltando ao princípio ao qual escrevo, vamos falar de Planos Veterinários.
Gostaria de inicialmente classificar os planos existentes hoje no mercado, fazendo assim com que todos entendam como funciona esse segmento.
Os planos se dividem em categorias:
Planos de saúde convencionais;
Planos de coparticipação;
Planos de serviço veterinário;
Planos de assistência compulsória;
Planos de Assistência por securitização;
Existem diversas empresas atuando no mercado e buscando ganhar espaço nesse concorrido segmento, onde qualquer deslise pode ser fatal.
Muitas “bandeiras” sucumbiram à má administração, principalmente pela sinistralidade demandada de períodos mais turbulentos. Sem reserva financeira, acabaram por não cumprir com os contratos;
Mas como cada um desses modelos podem de fato ajudar ao médico veterinário e seus clientes a melhorar e sustentar uma Medicina Veterinária de ponta?
Somente entendendo como cada um atua é que se pode concluir qual seria o plano mais adequado.
Mas para uma transparência em seu funcionamento cada profissional deve avaliar se está adequado ao seu próprio estilo de atendimento e a de seus clientes. Essas avaliações somente são possíveis se houver ciência de como funcionam.
Planos de Saúde Convencionais
Os planos de saúde já são amplamente conhecidos por sua atuação em medicina humana.
Tem, no caso de humanos, uma trajetória de conquistas, mas também decepções.
Traz para muitas pessoas acesso a saúde e segurança, mas tabela o serviço Médico Veterinário de forma taxativa.
O funcionamento é bastante simples, pessoas com a mesma intenção compram uma cota de participação em um grupo onde todos pagarão pelo serviço que estão contratando de forma rateada. Ou seja, as despesas devem ser pagas pela administradora para Médicos Veterinários ou empresas Médico Veterinárias que oferecem seus serviços.
A administração pode ser feita por um grupo que se une e literalmente organizam a gestão dos recursos de modo a não faltar para que possam arcar com os tratamentos dos pacientes agrupados. A mais conhecida é a Unimed, mas existem muitas com o mesmo perfil.
A administração pode ser feita por empresas privadas, vendendo essas cotas de participação.
A relação com os que atendem essas empresas é de demanda, ou seja, oferecem uma demanda de serviços de uma grande massa, mas criam suas próprias regras, com possibilidade de arbitragem e negociação dos valores buscando manter a base financeira sustentável, apertando algumas vezes quem presta o serviço e gerando uma rotatividade grande de pacientes e credenciados.
No caso da medicina Veterinária a gestão de recursos é feita por empresas privadas, com objetivo de lucros a seus acionistas, portanto sempre negociando a seu favor.
Como ainda não há regulamentação na área o que será levado em consideração são os contratos celebrados entre as partes.
Portanto a celebração contratual deve ser muito bem analisada para que haja possibilidade de atender a demanda e manter equilíbrio das empresas envolvidas.
Para a empresa contratada pelo plano fica sempre o alerta de que em caso de descredenciamento o faturamento pode diminuir drasticamente de uma hora para outra.
Planos de coparticipação;
Os modelos de coparticipação são pautados em formação de vínculo ou reciprocidade entre os tutores e os profissionais que o atendem.
São na verdade uma forma de tentar fidelizar um cliente com vantagem para serviços determinados, mas que em caso de utilização devem ser remunerados de alguma forma para tentar com isso impedir abusos ou mesmo formar um equilíbrio posterior.
Esse modelo é bastante difundido e funciona em pequenas escalas.
Para modelos de maior escala fica mais difícil organizar a ponto de não gerar frustração aos tutores ou aos prestadores.
Geralmente são oferecidos por empresas que querem gerir seus próprios clientes criando travas para que utilizem serviços em locais determinados.
No caso de empresas de gestão de plano da mesma forma que ocorre em planos convencionais pode ocorrer nesse caso quebra de contratos, pois há sempre um vínculo financeiro entre a base e o cliente, fazendo com que, em caso de descredenciamento, o faturamento seja diminuído drasticamente. Assim como para o cliente do plano pode haver uma mudança grande de rede credenciada de um dia para outro.
Planos de serviço veterinário;
Os planos de serviço são na verdade contratos de venda com entrega futura.
Para esse modelo as regras são totalmente combinadas entre o tutor e o prestador.
Em muitos casos somente é possível com um número muito reduzido de clientes, pois eles utilizarão 100 % do contrato e o que estaria sendo celebrado é um acordo de pagamento parcelado por serviços que podem ou não ser executados no período. Normalmente quem adquire esse modelo vai fazer uso de todo recurso que contratou, então deve-se ficar atento as promessas e contratos a fim de evitar problemas com frustrações de ambas as partes.
Há uma limitação enorme nesse modelo, pois não há como remunerar terceiros, apenas à aquele que contratou.
Para bases externas que administram esse modelo o risco é bastante grande.
Aqui a sinistralidade é 100% então nada pode ser feito em caso quebra de base.
Planos de assistência compulsória;
Os planos compulsórios são muito efetivos e são vinculados a mais serviços, normalmente a seguros de imóveis, veículos, ou parcerias.
Esse modelo na verdade não é bem um plano, mas sim um brinde ou serviço vinculado a outro.
Normalmente são vinculados a valores pagos a cartões com anuidades, seguros com recurso de assistência, clube de vantagens ou mesmo associações de classe.
O que é bem peculiar é que não podem ser vendidos em separado nem mesmo cobrados de alguma forma.
É bastante difundido e gerenciado por grupos de securitização.
Não há desvantagens nem para tutores, nem para prestadores;
Não pode ser comercializado a público direto ou varejo.
O que limita é que contempla apenas serviços básicos.
Planos de Assistência por securitização;
Os planos por securitização são os mais claros e seguros que pode se ter contratado, seja por quem adquire, seja por quem presta um serviço.
Existem regras muito claras com relação a suas coberturas.
São regulamentados por base em planos de pecúlio ou seguros.
Tem uma atuação ampla e não requer credenciamento.
Gera demanda por reembolso ou por pagamento de prêmios.
Podem ser adquiridos por grupos ou mesmo por unidade.
Esse modelo é seguramente o mais eficiente em relação a medicina veterinária, pois compreende uma relação segura e transparente entre a empresa administradora e o contratante. Definindo regras de limites para cada serviço. Gerando recurso de uma base sustentada por cálculos de sinistralidade.
A segurança para o prestador é total, pois sempre deve ser pago, como qualquer seguro, seguindo regras estabelecidas por contratos preestabelecidos e resguardados como securitização.
Não há contrato de fidelização entre o plano e o prestador, fazendo com que sempre haja uma busca por um bom atendimento, sendo remunerado com valores cobrados “no particular”, ou seja o prestador recebe o valor que cobra normalmente de seus clientes.
Os clientes têm a liberdade de escolher em quem podem confiar seus pets e com isso estar livres para buscar o melhor atendimento.
No caso do prestador a demanda será gerada por competência e o vínculo será por confiança.
Não há o risco de haver uma quebra de credenciamento e o prestador ficar sem clientes de um dia para o outro, nem mesmo o cliente não poder levar seu pet ao local de sua confiança.
A comercialização pode ser feita por rede credenciada ou até mesmo pelo prestador.
O modelo pode levar a uma relação de confiança entre tutor e prestador baseada em boas práticas e competência, onde o financeiro está resguardado como um plus.
Não há desvantagens nem para tutor nem para prestador, tudo é bem claro em suas coberturas.
Com essas bases de preceito justo, seguimos com a vet360 orientados por esse modelo.
C. Renato Murta
CRMV 9213 SP
Sócio Proprietário – www.VET360.com.br